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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Quando nos encontramos diante de uma doença grave, com a possibilidade da morte não vemos sentido em nada...



Sob o golpe da noticia de uma doença grave como o câncer, ao saber que se pode morrer em breve ou perder a pessoa amada, a gente bate a cabeça contra uma parede alta e fria. Não falo só dos dolorosos rituais da enfermidade e da morte. Falo do que é ainda mais sério: não ver mais sentido em nada. Porque até o dia da perda vivemos sem pensar.

 Corremos desnorteados no tempo em que tínhamos, sem refletir e quem sabe sem valorizar isso que agora perdemos: uma pessoa, a saúde, amor, posição, tudo. Se vivermos superficialmente, na hora de meter as mãos em nosso interior encontraremos desolação.

Não acho que todos devêssemos ser filósofos, eremitas ou fanáticos em nenhuma religião. Não acredito em poses e posturas. Não acredito nem mesmo em muita teorização sobre a vida, a morte, a dor.

Mas acredito em afetos e tenho consciência de que somos parte de um misterioso ciclo vital que nos confere significação. E que dentro dele, sendo insignificantes, temos importância.

Essa é uma das razões por que a doença, e a perda têm segredos, beleza e virtudes que antes não se manifestavam tão plenamente.

É lógico não queremos perder. Não devíamos ter que perder nada: nem saúde, nem afetos, nem pessoas amadas. Mas a realidade é outra: experimentamos uma constante alternância de ganhos e perdas.

Perder dói mesmo. Não há como não sofrer. É tolice dizer “não sofra, não chore”. A dor é importante, também é o luto – desde que isso não nos paralise demasiado por demasiado tempo para o que ainda existe em torno de nós.
Precisamos de recursos internos para enfrentar as tragédias e a dor da vida.

 O apoio dos outros, o abraço, o ouvido e o colo, até a comida na boca são relativos e passageiros. A força decisiva terá de vir de nós: de onde foi depositada a nossa bagagem. Lidar com a perda vai depender do que encontraremos ali.

A tragédia faz emergir forças insuspeitadas em algumas pessoas. Por mais devorador que seja o mesmo sofrimento que nos derruba nos faz voltar a crescer.

Para outros a, tudo é destruição. No seu vazio interior sopra o vento da revolta e amargura. A perda os atinge como uma injustiça pessoal e uma traição da vida.

Vai depender das  escolhas que fazemos em nossa vida. Da forma como olhamos para experiência em nosso dia a dia.

Mas creia tudo nessa vida é apenas um grande aprendizado, e tudo o que temos é o que conseguimos aprender de verdade. Cada dia mais sinto essa verdade, como sendo a grande metáfora que norteou a minha caminhada até aqui, foi isso que sempre passei aos meus filhos, e hoje orgulhosa vejo os frutos.

Não me canso nunca de aprender, de querer mais e mais saber, tenho sede uma sede enorme de aprender. E é isso apenas isso o que tem feito toda a diferença em minha vida agora.
Seu comentário é importnate, deixe-o aqui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto

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