É comum ficarmos tão desesperadas para nos livrar da nossa vergonha que
ficamos constantemente atacando as pessoas que estão a nossa volta quando nos
sentimos ameaçadas.
É irônico mas se começarmos a nos observar, vamos entender perfeitamente
uma das frases que mais é dita pelos místicos de todos os tempos: “Nós somos
espelhos, odiamos no outro aquilo que não conseguimos aceitar em nós.” . Julgamos as pessoas naquelas áreas em que nós
mesmos somos vulneráveis a vergonha, procuramos sempre atingir quem faz as
coisas piores do que nós.
Vou citar alguns exemplos para que você possa ir aos poucos observando o
que se passa dentro de você: Se você se sente segura e bem quanto a educação
que dá a seus filhos, você não sente interesse e nem necessidade de julgar e
monitorar as opções de educação que outras mães. Se você se sente confortável e
bem com seu corpo, não sente nenhuma necessidade de sair por ai zombando do
peso ou da aparência de ninguém.
Somos cruéis e temos que admitir isso, porque usamos outras mulheres coo
alvo de nossas próprias insatisfações com as deficiências vergonhosas que
acreditamos carregar. Isso é nocivo, ineficaz e contagioso. Porque acabamos por
ensinar esse falso mecanismo de sobrevivência para nossas filhas, e foi assim
que a inveja e a vergonha se tornou uma forma de julgamento.
Precisamos encontrar uma forma de romper esse circulo vicioso. Mas como?
Dando o exemplo de que a solução para nos livrarmos da vergonha não é sair por
ai denegrindo pessoas que estejam na mesma situação que nós, mas ao contrario,
é nos darmos as mãos e tentarmos sair juntas. As vezes um simples olhar e um
sorriso amigo em momentos que vemos a pessoa passar por uma situação constrangedora,
já faz com que ela sinta que não está sozinha, que você também já passou por
aquele tipo de constrangimento e se sinta acolhida.
Isso é o que chamam de empatia, e empatia requer vulnerabilidade, porque
sempre corremos o risco de levarmos um fora, mas vale a pena, não tenha duvida,
dar o primeiro passo.
Precisamos começar uma transformação silenciosa que nos faça parar de “afrontar
o outro” e nos faça “nos aproximarmos do outro”. Mas para isso teremos que está
dispostos a ousar e a nos arriscar a ficarmos vulneráveis, porque só assim nos libertaremos da teia da
vergonha e reconheceremos nosso real valor em nós e no outro.
Vamos pensar nisso hoje?
Seu comentário é importante para meu trabalho, deixe-o qui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto