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sábado, 17 de maio de 2014

O desespero de nos livrarmos da vergonha nos leva ao julgamento.



É comum ficarmos tão desesperadas para nos livrar da nossa vergonha que ficamos constantemente atacando as pessoas que estão a nossa volta quando nos sentimos ameaçadas. 


É irônico mas se começarmos a nos observar, vamos entender perfeitamente uma das frases que mais é dita pelos místicos de todos os tempos: “Nós somos espelhos, odiamos no outro aquilo que não conseguimos aceitar em nós.” .  Julgamos as pessoas naquelas áreas em que nós mesmos somos vulneráveis a vergonha, procuramos sempre atingir quem faz as coisas piores do que nós. 

Vou citar alguns exemplos para que você possa ir aos poucos observando o que se passa dentro de você: Se você se sente segura e bem quanto a educação que dá a seus filhos, você não sente interesse e nem necessidade de julgar e monitorar as opções de educação que outras mães. Se você se sente confortável e bem com seu corpo, não sente nenhuma necessidade de sair por ai zombando do peso ou da aparência de ninguém. 

Somos cruéis e temos que admitir isso, porque usamos outras mulheres coo alvo de nossas próprias insatisfações com as deficiências vergonhosas que acreditamos carregar. Isso é nocivo, ineficaz e contagioso. Porque acabamos por ensinar esse falso mecanismo de sobrevivência para nossas filhas, e foi assim que a inveja e a vergonha se tornou uma forma de julgamento. 

Precisamos encontrar uma forma de romper esse circulo vicioso. Mas como? Dando o exemplo de que a solução para nos livrarmos da vergonha não é sair por ai denegrindo pessoas que estejam na mesma situação que nós, mas ao contrario, é nos darmos as mãos e tentarmos sair juntas. As vezes um simples olhar e um sorriso amigo em momentos que vemos a pessoa passar por uma situação constrangedora, já faz com que ela sinta que não está sozinha, que você também já passou por aquele tipo de constrangimento e se sinta acolhida. 

Isso é o que chamam de empatia, e empatia requer vulnerabilidade, porque sempre corremos o risco de levarmos um fora, mas vale a pena, não tenha duvida, dar o primeiro passo.

Precisamos começar uma transformação silenciosa que nos faça parar de “afrontar o outro” e nos faça “nos aproximarmos do outro”. Mas para isso teremos que está dispostos a ousar e a nos arriscar a ficarmos vulneráveis,  porque só assim nos libertaremos da teia da vergonha e reconheceremos nosso real valor em nós e no outro. 

Vamos pensar nisso hoje?

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Muito obrigado!
Fátima Jacinto


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Laços de fámilia - amor e dor



Hoje estou me sentindo frágil, vulnerável, sem chão... Quando vemos alguém que amamos muito doente, e não podemos fazer nada, acredito que não tem como nos sentirmos de outra forma, e quando esse alguém é nossa mãe ou um filho então... A insegurança pega fundo a gente. 


Nesses momentos esquecemos todas as mágoas, todas as diferenças, todas as dores que a pessoa já nos fez passar, é em momentos assim que entendemos o que  significado de laços de família, tão banalizado e tão profundo apesar de toda essa banalização.

Minha mãe está doente, é a primeira vez em 79 anos que a vejo tão doente, está com um melanoma nessa idade tudo fica muito mais complicado, a forte quimioterapia é terrível para alguém mais jovem imagine como é para alguém na idade da mamãe.

Agora ela teve que parar com as quimioterapia, porque pegou uma hepatite oportunista, está internada, e eu longe um estado nos separa, nunca fomos muito unidas, mas hoje tudo que queria era mamãe pertinho. E talvez aproveitar esse momento de fragilidade para lhe dar os abraços que nunca permitiu que nenhum de nós desse, para enchê-la do carinho que vive guardado em peito a mais de 53 anos...

Somos uma família estranha, tivemos uma educação muito rígida, no tempo dos meus pais carinho, atenção amor, eram considerados, gestos de fragilidade que não “caia” bem em um pai e em uma mãe, que tinham o dever de “corrigir” e “educar” seus filhos.

E assim fomos vivendo e a vida nos afastando, saímos a maioria de nós muito cedo de casa, cada um por um motivo, mas todos foram embora, e mamãe e papai ficaram sozinhos, só com um dos meus irmãos com eles. 

Depois papai foi embora, espero que leve uma vida mais leve, que lá onde está hoje ele tenha conhecido o amor, o carinho, a atenção, a alegria, a felicidade, e principalmente a leveza. Espero que seus professores hoje sejam professores mais carinhosos e felizes. Assim como também espero que os de mamãe quando ela se for também sejam.

Levei uma vida para entende que não era assim que se vivia, que não podia ser tão “engessada”, tão dura, comigo e com os que amo. Até hoje para ser bem sincera não consigo me soltar muito. 

Em casa nunca cantávamos, não dançávamos, não tínhamos aquela alegria de sermos uma família, era tudo muito cobrado, tudo feito conforme “o que as pessoas vão pensar”.
Talvez eu por ser a mais velha seja a que tenha mais pegado esse jeito de ser, apesar de ser também a que mais sempre se rebelou com ele. Nunca consegui aceitar a religião, até hoje tenho serias dificuldades em aceitar muitas coisas, mas a religiosidade é algo muito complicado no meu modo de ver a vida. 

Tudo isso acabou por nos transformar em uma família solta, sem grandes laços afetivos que nos unisse. Meus pais e meus tios e tias, e avós foram todos praticamente criados dentro dos antigos colégios de padre e freiras, onde ficava a maior parte do ano, e onde eram na verdade educados. Isso os transformou em pessoas puritanas. Pessoas muito puritanas são em geral doentes.

Isto porque a vida não é pura, mas é feita de lama, pó, suor e sangue.
Quando nascemos já vamos logo aprendendo esta lição: o feto não é o bebê perfumado do berçário.

Ele nasce envolto em matéria orgânica, líquidos e sangue.
Os puritanos são pessoas muito reprimidas e como tais não podem tolerar nenhum processo de liberdade ou espontaneidade.

A alegria e a sinceridade dos outros lembram ao puritano da tristeza profunda causada pela clausura de sua condição.

Foi difícil para que eu entendesse tudo isso, para que eu entendesse que não era “culpa” deles, mas que era o que eles tinham conseguido fazer com o que receberam. Foi complicado perdoa-los, foi muito mais complicado ainda aprender a ama-los. E talvez o mais complicado ainda e conviver com tudo isso até hoje. 

Porque esse tipo de ranço fica grudado em nós, em nossa alma. É não é fácil conseguir se desvencilhar de algo que já faz parte da gente. 

Mas é possível sim. Com muito esforço e determinação. 

Falo isso hoje aqui, porque sei que muitas pessoas da minha idade e outras mais velhas e outras mais novas ainda convivem com tudo isso e guarda sem conseguir soltar. Esse é um dos segredos mais bem guardados dentro das famílias ainda hoje, e sem duvida um dos que mais corrói a alma da família. 

Hoje eu me propus, a fazer uma seria reflexão sobre tudo isso. A ainda olhar mais uma vez bem de perto o quanto tudo isso me machuca e mais um pouco transformar o que já consigo transformar. 

Tem sido assim a alguns anos, eu olho vejo, e sinto o que posso mudar e aos poucos tenho conseguido ser uma outra mulher, por isso me defino como uma mulher em construção, porque eu estou sempre me desmanchando e me reconstruindo....
Vem vamos pensar junto e ver o que podemos fazer para que o amor, a alegria, a felicidade, e a leveza venham morar conosco.

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Muito obrigado!
Fátima Jacinto.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Nós mulheres vivemos em uma teia complexas de expectativas superpostas e conflitantes de como devemos ou não ser...



Nós mulheres somos muito mais propensas a sentirmos vergonha do que os homens, ao menos somos mais suscetíveis a ela. Somos mais cobradas da sociedade por coisas que muitas vezes não estão diretamente em nossas mãos fazer ou não, ser ou não, e que nos faz sentirmos envergonhadas, e expostas, diante do mundo, da família, dos amigos. E é óbvio que isso nos envergonha. 


A sociedade espera que sejamos perfeitas, e não nos é permitido nem sequer parecer que estamos trabalhando para isso. A perfeição para a mulher para que tem que simplesmente se materializar diante de nós. Tudo que nos diz respeito deve parecer fácil e sem esforço. Espera-se que sejamos beldades naturais, mães natas, lideres natas e ainda precisamos pertencer a uma família naturalmente encantadora. 

É como se houvesse uma teia arraigada e complexa de expectativas superpostas, conflitantes e concorrentes que ditam exatamente: Quem devemos ser; o que devemos ser; como devemos ser. 

Quando penso em todos os esforços que já empreendi na vida para ser tudo para todos – algo para o qual nós, fomos educadas -, vejo que cada movimento que fazia me retinha mais e mais nessa teia. E que quando tentava me livrar, cada esforço para sair me levava a ficar ainda mais presa. Isso porque toda a escolha tem consequência ou levava alguém a ficar zangado ou me levava a ficar decepcionada comigo mesma. 

Minhas poções eram muito limitadas e todas elas carregavam em si a possibilidade de me expor a um castigo, a uma censura ou a uma privação. 

Eu tinha que ser:
Perfeita, mas sem me preocupar muito com isso e não me sacrificar muito, mas também não poderia sacrificar meu tempo com minha família, com meu companheiro, ou principalmente no meu trabalho, para atingir essa perfeição. E eu acreditava que se fosse realmente boa a perfeição viria naturalmente.

Eu não podia incomodar ninguém com meus sentimentos egoístas, mas deveria dizer o que pensava sendo sincera.

Eu deveria ser uma mulher com a sexualidade liberada (depois de botar as crianças na cama, passear com o cachorro, lavar a louça do jantar, e arrumar a casa para no dia seguinte está tudo em ordem para ir trabalhar), mas deveria fazer isso com bastante discrição, dentro dos padrões aceitáveis. 

Eu tinha que ser eu mesma sem que isso significasse ser tímida ou insegura. Não há nada mais atraente do que a autoconfiança (especialmente se você for linda e jovem).
Eu não poderia deixar ninguém se sentir desconfortável, mas devia ser sincera.

Eu não poderia me entregar as minhas emoções, mas também não podia ser muito desinteressada. Se eu fosse muito emocional seria vista como uma histérica. Se eu fosse muito ausente seria vista como uma megera insensível. 

Atualmente varias pesquisas comprovam ainda que os atributos mais importantes associados a “ser feminina” são a simpatia, a magreza, a modéstia (não chamar a atenção para seus atributos e talentos) ser caseira, cuidar bem dos filhos, investir em um relacionamento, manter intimidade sexual dentro de uma relação de compromisso, e saber usar os recursos financeiros para investir na aparência. 

Eu basicamente acreditava que deveria ser modesta, doce e submissa, e saber usar o meu tempo e meus talentos para ficar bonita. 

Depois da minha separação, usei todos os meus esforços para me livrar dessas regras, Graças a Deus, porque agora me cansei apenas em escrevê-las. 

Quando comecei esse texto fiquei pensando, mas isso está tão ultrapassado, não infelizmente não está, pode está para mim e mais uma meia dúzias de mulheres, mas a grande maioria de nós ainda faz de tudo para cumprir fielmente essas regras que foram impostas a séculos, e ainda vigoram em nossa sociedade. 

Quantas mulheres com imensa capacidade trabalham a vida inteira para manterem seus taletos pequenos, para não sobressaírem ao do companheiro? Não desejamos a nossa exposição com medo de ferir o nosso companheiro. 

Eu considero isso uma perversão para a mulher, aliás uma das maiores perversões em massa que existe e tem se perpetuado por séculos. E nós ainda hoje fazemos de conta que nada disso acontece mais, mas sabemos que acontece, vivemos isso dentro de nós diariamente, e aceitamos passivamente sem fazermos nada para modificar.

Pense nisso hoje.

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Fátima Jacinto







 

Sempre temos escolhas, mesmo que seja a escolha de sermos vitimas da situação. È uma escolha!



Tudo em nossa vida é escolha, a única coisa que realmente não podemos escolher é exatamente a opção de escolha. Não tem como não escolhermos. 

 Quando escolhemos não escolhermos na realidade já fizemos a nossa escolha escolhemos a indecisão. E nesse caso é natural que nos sintamos sobrecarregados por assuntos pendentes e mal resolvidos, por relações obscuras e condições confusas, no entanto, algum beneficio teremos com essa nossa decisão, caso contrario não teríamos escolhido assim. 


E e esses benefícios se pareceram mais importantes e agradáveis e muito mais fáceis, porque esse foi a nossa escolha. Mesmo quando estamos perdidos em meio a varias possibilidades de escolhas, mesmo que não possamos ou queiramos decidir (afinal, tudo esta tão bem assim), o nosso problema é a hesitação e, em seguida, assumir a responsabilidade também pelas consequências da nossa indecisão. 

Sempre escolhemos, consciente ou inconscientemente, mas justamente a escolha consciente é que nos confere dignidade e responsabilidade autentica que brota de dentro de nós de uma decisão que tomamos conscientemente. Quando escolhemos o fazemos sempre faremos o que escolhemos. 

A não ser que você viva em regime de escravidão total, ou em alguma situação de risco enorme como na época da segunda guerra mundial, você jamais poderá dizer que sua escolha não foi feita de livre vontade, porque todas as nossas escolhas como já dissemos em posts anteriores são sim feitas de livre vontade. 

Responsabilizarmos outras pessoas ou mesmos as circunstancial que estamos vivendo por nosso bem estar ou por nossa infelicidade nos enfraquece e não nos leva a lugar nenhum. Talvez esses subterfúgios até consiga desviar a atenção sobre nós, mas não muda nada, colocar a culpa nos outros é uma mera desculpa para podermos permanecer passivos e justificar a nossa inflexibilidade e tolerância. 

O que nos diferencia dos demais seres existentes nesse planeta  é isso, a nossa capacidade de escolher, a nossa determinação própria diante da nossa vida, que na realidade é o nosso ponto mais alto do sucesso, e é assim que alcançaremos saúde e felicidade, poder, dinheiro. 

Não importa como e por que motivo fizemos nossas escolhas na vida, e como é bom ter consciência dessa atribuição! É isso que nos diferencia daqueles que estão sem poder, porque quando escolhemos também ou principalmente termos poder em nossa vida.

Sabemos que temos varias camadas, ou como costumo dizer, existe muita gente dentro da gente, temos a bagagem que nossos pais nos deram, que nossa sociedade nos deu, que as leis de onde vivemos nos impôs, da cultura que assimilamos nos enviou. Mas a nossa liberdade, o nosso livre-arbítrio está lá. Temos junto com tudo isso a nossa vontade livre.
Sou eu e apenas eu que escolho o que vou fazer com todas essas “gentes” com todas essas bagagens que carrego. 

E nessa hora que muitos de nós preferimos nos destacar como sócios fundadores e de honra do clube das vitimas, e ainda escrevemos em nosso assento bem pequeninho e envergonhados “dignidade”.

Poder decidir? Poder a gente pode sim, deveria poder ao menos. Mas o que nos impede de viver com responsabilidade própria? Por qual motivo a nossa liberdade em nossa sociedade está quase no esquecimento? Por que o poder de decidir  é tão penoso? Onde estão os motivos pelos quais aparente poucas pessoas levam uma vida cheia de animo e determinação própria? Por que contamos com os outros para realizarem nossos sonhos e desejos?  Por que preferimos correr atrás de objetivos e expectativas que os outros colocaram diante do nosso nariz? Por que muitas vezes nos sentimos desanimados, desmotivados, sem forças para tomar decisões.

Sabem porque: porque se não nos foi confiada energia própria, somos acostumados a buscar essa energia fora para termos ação. Nesse caso são os outros que nos motivam, que toma conta de nós, que nos empurra, e em retribuição, deixamos que os outrso decidam por nós, ás vezes passando por cima de nós. 

Pense nisso por favor!
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Muito obrigado!
Fátima Jacinto.

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