Alguns de nós sofremos muito na vida, as feridas do passado
permanecem por tempo demais muito próximas da superfície. Por isso muitas vezes
tememos dirigir nossa atenção para dentro de nós, achamos que pode ser muito
doloroso, ou mesmo perturbador demais. Essas feridas mal cicatrizadas sugam uma
porção significativa da nossa energia e acabam prejudicando a nossa capacidade
de nos defendermos, tanto emocionalmente como fisicamente.
Nesses casos, é necessário primeiro encontrarmos e curarmos
os traumas do passado que são a fonte de emoções tão fortes que acabaram por
deixar marcas tão persistentes em nossa mente.
A perda ou mesmo a grande decepção de uma amor provoca em
nós sentimentos intensos de impotência, talvez por mexer com feridas emocionais
sofridas em nossa infância por meio de rejeições ou criticas.
É a impotência que transforma um acontecimento penoso em um
verdadeiro trauma. As nossas lembranças mais terríveis são aquelas em que não
podemos fazer nada, quando estamos sozinhos, e não temos a quem recorrer.
Sem ninguém para nos ajudar a atravessar, como muitas vezes
acontece em caso de violência doméstica, já que nos afastamos completamente dos
amigos, e até de nossa família. Coremos
um enorme risco de contrair uma doença como o câncer por exemplo.
Quando falo em trauma, estou falando em um desafio que não
fomos capazes de superar, os pequenos desafios e derrotas podem até nos perturbar
durante alguns dias, mas nosso cérebro é capaz de “cicatrizar”. Essas feridas
não nos deixa marcas duradouras, e muitas vezes são o impulso que necessitamos
para amadurecermos.
Mas em compensação certos acontecimentos são de tal maneira
dolorosos que rasgam fundo a imagem que fazemos de nós mesmos, ou mesmo a
confiança que tínhamos no mundo que nos cerca. É o caso das agressões
violentas, dos estupros, de alguns acidentes apavorantes ou que colocam nossa
vida em risco, ou mesmo de uma enorme decepção amorosa e ou rompimento de forma
violenta e abrupta.
A ausência de amor ou as humilhações repetidas vividas em
nossa infância, na idade em que somos mais vulneráveis emocionalmente e
psicologicamente.
Feridas como essas tendem a formar um abscesso psicológico,
nosso cérebro tenta de todas as formas isolar o acontecimento dolorido e age de
maneira que as contornemos sempre que possível.
Conscientemente negamos o acontecido, porem, como um aperto
nos indica ele ainda está sensível, quando a vida nos lembra brutalmente de uma
dor do passado, percebemos de repente que o abscesso continua lá.
A memoria então, reativa e assume o controle de nossos
pensamentos, de nossas emoções e das reações de nosso corpo. Sem duvida alguma
esse tipo de ferida repercute em nossa fisiologia.
Temos que entender que mesmos essas feridas de difícil
cicatrização somente nos levam a um falso sentimento de impotência. Mesmo que
essa impotência tenha sido real no passado, ela é hoje apenas um reflexo
verdadeiro do nosso pressente. Quando aceitamos essa ilusão encontramos a chave da nossa
cura.
Seu comentário é importante para meu trabalho, deixe-o aqui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto
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