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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Nós mulheres vivemos em uma teia complexas de expectativas superpostas e conflitantes de como devemos ou não ser...



Nós mulheres somos muito mais propensas a sentirmos vergonha do que os homens, ao menos somos mais suscetíveis a ela. Somos mais cobradas da sociedade por coisas que muitas vezes não estão diretamente em nossas mãos fazer ou não, ser ou não, e que nos faz sentirmos envergonhadas, e expostas, diante do mundo, da família, dos amigos. E é óbvio que isso nos envergonha. 


A sociedade espera que sejamos perfeitas, e não nos é permitido nem sequer parecer que estamos trabalhando para isso. A perfeição para a mulher para que tem que simplesmente se materializar diante de nós. Tudo que nos diz respeito deve parecer fácil e sem esforço. Espera-se que sejamos beldades naturais, mães natas, lideres natas e ainda precisamos pertencer a uma família naturalmente encantadora. 

É como se houvesse uma teia arraigada e complexa de expectativas superpostas, conflitantes e concorrentes que ditam exatamente: Quem devemos ser; o que devemos ser; como devemos ser. 

Quando penso em todos os esforços que já empreendi na vida para ser tudo para todos – algo para o qual nós, fomos educadas -, vejo que cada movimento que fazia me retinha mais e mais nessa teia. E que quando tentava me livrar, cada esforço para sair me levava a ficar ainda mais presa. Isso porque toda a escolha tem consequência ou levava alguém a ficar zangado ou me levava a ficar decepcionada comigo mesma. 

Minhas poções eram muito limitadas e todas elas carregavam em si a possibilidade de me expor a um castigo, a uma censura ou a uma privação. 

Eu tinha que ser:
Perfeita, mas sem me preocupar muito com isso e não me sacrificar muito, mas também não poderia sacrificar meu tempo com minha família, com meu companheiro, ou principalmente no meu trabalho, para atingir essa perfeição. E eu acreditava que se fosse realmente boa a perfeição viria naturalmente.

Eu não podia incomodar ninguém com meus sentimentos egoístas, mas deveria dizer o que pensava sendo sincera.

Eu deveria ser uma mulher com a sexualidade liberada (depois de botar as crianças na cama, passear com o cachorro, lavar a louça do jantar, e arrumar a casa para no dia seguinte está tudo em ordem para ir trabalhar), mas deveria fazer isso com bastante discrição, dentro dos padrões aceitáveis. 

Eu tinha que ser eu mesma sem que isso significasse ser tímida ou insegura. Não há nada mais atraente do que a autoconfiança (especialmente se você for linda e jovem).
Eu não poderia deixar ninguém se sentir desconfortável, mas devia ser sincera.

Eu não poderia me entregar as minhas emoções, mas também não podia ser muito desinteressada. Se eu fosse muito emocional seria vista como uma histérica. Se eu fosse muito ausente seria vista como uma megera insensível. 

Atualmente varias pesquisas comprovam ainda que os atributos mais importantes associados a “ser feminina” são a simpatia, a magreza, a modéstia (não chamar a atenção para seus atributos e talentos) ser caseira, cuidar bem dos filhos, investir em um relacionamento, manter intimidade sexual dentro de uma relação de compromisso, e saber usar os recursos financeiros para investir na aparência. 

Eu basicamente acreditava que deveria ser modesta, doce e submissa, e saber usar o meu tempo e meus talentos para ficar bonita. 

Depois da minha separação, usei todos os meus esforços para me livrar dessas regras, Graças a Deus, porque agora me cansei apenas em escrevê-las. 

Quando comecei esse texto fiquei pensando, mas isso está tão ultrapassado, não infelizmente não está, pode está para mim e mais uma meia dúzias de mulheres, mas a grande maioria de nós ainda faz de tudo para cumprir fielmente essas regras que foram impostas a séculos, e ainda vigoram em nossa sociedade. 

Quantas mulheres com imensa capacidade trabalham a vida inteira para manterem seus taletos pequenos, para não sobressaírem ao do companheiro? Não desejamos a nossa exposição com medo de ferir o nosso companheiro. 

Eu considero isso uma perversão para a mulher, aliás uma das maiores perversões em massa que existe e tem se perpetuado por séculos. E nós ainda hoje fazemos de conta que nada disso acontece mais, mas sabemos que acontece, vivemos isso dentro de nós diariamente, e aceitamos passivamente sem fazermos nada para modificar.

Pense nisso hoje.

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Muito obrigado!
Fátima Jacinto







 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Você nunca tem obrigação mas sempre tem opção...



Muitas vezes explicamos nosso sofrimento pela “obrigação”. Acreditamos que se cumprirmos nossa obrigação estaremos justificados perante o mundo, perante nós mesmos, e os outros. A consciência de dever cumprido causa em nós todo tipo de reconhecimento e estima: como mãe, como pai, como carteiro, como funcionário publico, como militar ou seja lá a profissão que você tenha escolhido e os papéis que também escolheu viver nessa vida. 


Quando cumprimos nossa obrigação fazemos o que deve ser feito. Mas a obrigação vem na maioria das vezes dentro de um saco escuro, o saco da privação, e acompanha o saco da privação a sensação de auto sacrifício que compreende uma boa formação para nossos filhos, se possível, e para tanto também a aceitação de um segundo emprego, cuidar de um familiar doente, e renunciar as nossas férias, mesmo estando machucado fazer um bom jogo e ganhar para evitar o rebaixamento do nosso time. 

Todos nós conhecemos o sentimento de dever cumprido e também suspiramos debaixo do seu enorme peso em nossos ombros. Mesmo querendo outra coisa, nos sentimos no dever de... E assim ficamos mal com a vida porque o “dever” vem de fora, e obrigação, nesse caso, muitas vezes é uma desculpa, que nos poupa de definir os nossos verdadeiros objetivos e tomarmos decisões que sabemos que serão desagraveis de inicio.  Então o grande pulo na agua fria deixa de acontecer para que possamos cumprir nossa obrigação e dizemos: “meu compromissos não me permitem...”. 

Acreditamos que assim vamos extrair direitos e deveres e, com esse recurso, então iremos extorquir de moral elevado, as outras pessoas. Mas quando conseguimos pensar objetivamente, não há obrigações, porque toda a imposição vinda de fora é objeto de nossa opção. Caso você esteja “na obrigação” é porque assim você escolheu. 

Mas você não está vendo que é possível decidir diferente a qualquer momento, ninguém pode nos tirar a liberdade, mesmo que o preço seja a prisão. Toda a obrigação é auto imposta por nós.
Por isso nunca faça nada por obrigação, porque o ódio encontra-se profundamente arraigado na obrigação. Ódio daquele que exige sua mobilização, e, com isso provavelmente atrapalhe que você viva a sua vida. Muitos de nós temos o sentimento de estarmos “devendo” para alguém, talvez para nossos pais, porque a final eles fizeram tudo por nós. Mas mesmo nesse caso não há obrigação que seus pais não tenham decidido por eles mesmos.

Se você se sente responsável pelo bem estar da sua família, essa foi uma opção sua de ser responsável pelo bem estar de sua família, mas da mesma forma que você fez essa opção, você poderá a qualquer momento mudar de ideia e fazer outra opção. Se isso seria ou não correto, ou moralmente acertado ou não, não estamos debatendo aqui. Estamos debatendo aqui as opções que você tem em sua vida. 

A grande maioria de nossas opções são valores e moral que nos foram concedidos pela sociedade onde vivemos, e exercem uma enorme pressão para que nos coloquemos sob seus comandos. 

Não podemos esquecer no entanto que em nome da moral e dos bons costumes muito sangue tem sido derramado e os mais duvidosos meus santificados, não só antigamente mas hoje nossa sociedade, parece que abriu a tampa da panela de pressão e está deixando sair tudo o que ficou inconsciente por séculos. A moral que sempre ditou os limites, a moral que sempre tentou elevar o outro. É a moral que nos diz: “Tenho mais direito que participar do que você”

Colocamo-nos como vitimas sem nunca ter sofrido, como se as próprias vitimas nos tivesse conferido esse poder. 

Mas tudo o que fazemos para nós mesmos, porque é importante para nós, porque parece certo para nós, e porque corresponde a valores e normas que sempre aprendemos a seguir. Agimos assim por uma necessidade de nos sentirmos útil. 

E muitas vezes isso nos leva a nos empenharmos pelo bem alheio pelos motivos mais falsos e torpes possíveis. 

A realidade é que não fazemos nada por ninguém apenas por nós mesmos!
Pense nisso!

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Muito obrigado!
Fátima Jacinto




sábado, 3 de maio de 2014

Temos em alta conta quem "se vira sozinho" - Mas todos nós precisamos de ajuda....



Somos uma sociedade individualista, e como a nossa temos em alta conta a nossa capacidade de nos virar sozinhos. Mesmo que possa parecer deprimente, admiramos a força que isso evoca a de “se garantir sozinho” é algo que é reverenciado em nossa sociedade. 

 Mas não fomos feitos para “nos virar sozinhos” precisamos de apoio. Precisamos de pessoas que nos ajudem na tentativa de trilhar outras e novas maneiras de ser e que não nos julguem por isso. Precisamos de uma mão para nos levantar quando cairmos ( e se formos nos entregar verdadeiramente a uma vida corajosa, vamos sem duvida levar alguns bons tombos). 

Sentimos necessidade de termos apoio, de sermos encorajados. Mas para isso temos que aprender a receber com um coração aberto, porque quando aprendemos a receber estamos também aprendo a nos doar de coração aberto. Só assim vamos parar de vincular julgamento á ajuda que recebemos e também a ajuda que damos. 

Todos nós precisamos de ajuda. Sei que não poderia está aqui agora se não tivesse tido ajuda da minha família na hora que recebi o diagnostico de câncer, o apoio de meus filhos e dos meus irmãos foram fundamentais. Assim como foi fundamental o apoio de livros e de amigos que encontrei no meio do caminho. A vulnerabilidade gera vulnerabilidade, assim como a coragem é contagiosa. 

A coragem é como uma bola de neve, quanto mais nos dispomos a ter mais a teremos. Minhas maiores transformações pessoais e profissionais ocorreram quando comecei a perceber quanto o meu medo de ficar vulnerável estava tolhendo meus objetivos e reuni coragem para revelar minhas lutas e pedir ajuda. 

Aprender a me entregar ao desconforto da incerteza, do risco e da exposição emocional foi sem duvida um processo doloroso. 

Eu acreditava que podia optar por não me sentir vulnerável, mesmo quando eu tinha medo ou mamava tão intensamente que só conseguia me preparar para perda, eu tentava controlar as coisas.  – quando o telefone tocava com noticias inimagináveis eu pensava que poderia controlar seja lá o que for. Essa foi uma fase muito dolorosa em minha vida, a época da perda do meu filho, mas sem duvida foi onde mais aprendi sobre entrega, vulnerabilidade e coragem. 

Eu controlava as pessoas as situações a minha volta. Fazia tudo até que não tivesse mais energia. Parecia corajosa pro fora, mas estava apavorada por dentro. Foi preciso um diagnostico de câncer para me fazer deixar cair a máscara da mulher que supera tudo, que consegue conviver com tudo sem precisar de ajuda...

Essa couraça era pesada demais para eu carregar e a sua única serventia era me impedir de conhecer a mim mesma, e de me deixar ser conhecida pelos outros. Era uma falsa proteção que exigia que eu ficasse encolhida e silenciosa por trás dela, sem clamar a atenção para minhas imperfeições e vulnerabilidades. Era exaustivo. 

Foi quando deixei a máscara cair que que comecei a aproveitar as oportunidades para crescer, comecei a correr riscos e a me mostrar para as pessoas de maneiras novas e inusitadas. Aprendi a estabelecer limites e a dizer “não”, mesmo quando ficava com medo de deixar alguém que amo magoado. Até então,  não me arrependi de nenhum “não” que disse, às vezes ainda me arrependo dos que não digo.

Nada transformou mais minha vida do que descobrir que é perda de tempo medir meu valor pelo peso da reação das pessoas nas arquibancadas da vida. Quem me ama e se importa não estará nunca na arquibancada, estará do meu lado, independente do resultado que eu possa alcançar. 

Tenho cada vez mais aprendido a ser mais vulnerável e corajosa por minha própria conta. Muitas vezes a minha maior ousadia é pedir ajuda. 

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Fátima Jacinto








sexta-feira, 2 de maio de 2014

A dor que nos corroi a alma de acreditarmos que nunca somos bons o bastante...



Hoje depois de tantos problemas que já passei consigo ver com nitidez  e clareza o como e o por que cada vez mais pessoas se esforçam para tentar acreditar que são suficientemente boas. 

 Percebo por todos os lados as mensagens subliminares dizendo a cada um de nós que a vida comum é uma vida sem sentido. E percebo mais ainda, que nossas crianças estão crescendo nesse ambiente doentio de reality show, de culto a celebridades e mídia social sem nenhum controle que vão absorvendo essa mensagem e desenvolvendo uma visão do mundo completamente distorcida.

 A primeira geração de jovens assim já está aqui junto a nós, nos mostrando o que nos espera. Eles vivem em mundo onde o valor que possuem é dado pela quantidade de pessoas que curtem suas postagens ou que aceitam suas amizades nas redes sociais.
Se nós adultos digamos “cabeça feita” somos suscetíveis á propaganda de massa que é deflagrada diariamente para “inspirar” esse tipo de comportamento, imagine um adolescente? 

A necessidade e a vontade que temos de acreditar que o que estamos fazendo tem real importância para o mundo e facilmente confundida com o estimulo que necessitamos para sermos extraordinários. 

É imensamente sedutor usar como parâmetro o culto a celebridade para medir a significância ou a insignificância de nossas vidas. As ideias de grandeza e a necessidade de admiração são um balsamo para aliviar a dor de sermos tão comuns e inadequados. Sim, porque na verdade é isso o que acreditamos que somos. 

Essa dor imensa que não nos dá paz, está transformando nossas ideologias, nossos comportamentos e nossos sentimentos e lentamente estão nos transformando e a nossa maneira de viver e ver a vida, como nos relacionamos como cuidamos dos nossos filhos, e como nos conectamos com outro. 

Estamos nos transformando em uma sociedade escassa de preenchimento de si mesmo. Estamos saciados da dor maior, que é a dor de nossa alma, que nos diz a todo momento que não somos nada, que não somos bons o bastante. 

Se pedirmos para um grupo de pessoas preencher frases com o que está lhes faltando, não demorará nem 15 minutos para que uma folha inteira de papel esteja preenchida com coisas do tipo:

Não ser bom o bastante, nunca ser perfeito o bastante, nunca ser magro o bastante, nunca ser poderosos o bastante, nunca ser bem-sucedido o bastante e por ai vai. ...

Pense nisso! E veja como estamos criando mais dor quando buscamos a aprovação em nós. 

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Fátima Jacinto
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