A vergonha que todos nós sentimos extrai seu poder do fato de não ser
exposta, essa é a razão pela qual ela não deixa os perfeccionistas em paz – é muito
fácil nos manter calados!
Se, porém desenvolvermos uma consciência da vergonha a ponto de lhe dar
um nome falarmos com ela, nós conseguiremos coloca-la de joelhos.
A coisa que a
vergonha mais detesta é ser o centro das atenções. Por isso quando falamos
abertamente sobre o assunto que nos envergonha ela começa a murchar. a palavra
é o que lança luz sobre a vergonha e essa é a arma que temos para destruí-la.
“Somente quando temos coragem suficiente para explorar a escuridão,
descobrimos o poder infinito de nossa própria luz” – Brené Brown (Escritora).
É incrível a quantidade de energia que gastamos tentando evitar os territórios
difíceis da nossa alma, quando eles são os únicos que podem nos libertar. A maioria
de nós crescemos passando muita vergonha e não desejamos que nossos filhos
vivam isso.
Nosso desejo é fazer com que nossos filhos saibam que, são bons o
bastante. Que não tenham medo de conversarem sobre o lado duro da vida, e que
saibam que esse lado duro da vida é natural, e precisa ser exposto.
Temos que ter contato com a nossa própria vergonha para abraçarmos a
nossa vulnerabilidade. Caso contrario não conseguiremos nos deixar ser vistos,
porque estaremos aterrorizados pelo que as pessoas possam vir a pensar.
Não somos pessoas más, somos pessoas boas a quem coisas ruins acontecem.
O mundo não está dividido entre as pessoas boas e as pessoas más. Todos nós
temos luz e treva dentro de nós. O que realmente importa é a maneira como
escolhemos agir. Esse é de fato quem somos. Todos nós sentimos vergonha.
Mas, se não reconciliarmos com nossa vergonha, com nossos conflitos,
começaremos a acreditar que há algo errado conosco, que somos apenas maus,
defeituosos, e pior ainda, vamos começar a agir com base nessa crença.
Para nos tornarmos inteiros e plenos e estarmos conectados com a vida
que flui em nós precisamos estar vulneráveis. E para isso vamos ter que
aprender a lidar com a vergonha.
É muito difícil falarmos sobre a nossa vergonha,, mas posso garantir a
você que essa conversa não tem a metade do perigo que é produzido pelo nosso
silencio. Todos nós sentimos vergonha. E todos nós temos medo de falar sobre
ela. E quanto menos falamos, mais a vergonha aumenta.
Temos que estar vulneráveis se quisermos mais coragem, se quisermos
realmente vivermos com ousadia. Mas como vamos deixar que nos vejam se a
vergonha do que as pessoas podem pensar nos amedronta tanto?
Tudo o que a vergonha precisa é da nossa baixa autoestima, é que nós
fiquemos atrelados ao que as pessoas pensam sobre nós. Sempre que vamos por
esse caminho toda a chance de termos sucesso vai por agua a baixo.
Sim é natural e saudável que queiramos que os outros apreciem e admirem
o que criamos, o nosso trabalho, mas não podemos depender disso para a nossa
autoestima, ela não pode está em jogo por esses julgamentos.
Precisamos ter consciência de que somos muito mais do que o que
escrevemos, ou do que qualquer trabalho que possamos produzir, ou qualquer ação que fazemos. Sem duvida será
decepcionante se não conseguirmos agradar aos nossos amigos, colegas de
trabalho e família, se eles não compartilharem de nosso entusiasmo, porém essa
decepção tem que está ligada apenas aquele trabalho ou ação, e não a quem nós
somos.
Independente de qualquer resultado nós ousamos grandemente, e isso sim,
está alinhado com o nosso valor com a pessoa que queremos ser.
Quando nossa autoestima não está em jogo, estamos sempre mais dispostos
a ser corajosos e acorrer riscos de mostrar nossos dons e talentos.
Quando não somos prisioneiros da nossa vergonha somos muito mais abertos
a pedir ajuda, a aceitarmos sermos ajudados, e darmos retorno. E ai sim nos
tornamos indivíduos comprometidos, ousados, dispostos a tentar sempre
novamente, até vermos tudo dar certo. Muito mais aptos a nos tornarmos
inovadores e criativos em nossas atividades.
É a nossa autovalorização que nos inspira a sermos vulneráveis, a
compartilharmos sem medo e a perseverar. Por outro lado, a vergonha nos mantém
atrofiados, tímidos e medrosos.
Seu comentário é importante para meu trabalho, deixe-o aqui.
Muito obrigado!
Fátima Jacinto
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